sábado, 16 de outubro de 2010

Bom dia ...

    Está um dia bonito, é sábado, apetece levantar. Os dias assim fazem os outros todos valer a pena. Se eu soubesse meditar...mas não sei, ou melhor, hei-de aprender. Como ainda não o fiz, vou cozinhar, outra terapia. Se ao menos eu tivesse algum jeito...mas hoje está sol e os seus raios hão-de iluminar(esconder) os defeitos...
    Hoje vai ser um bom dia!

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

É coragem...


    Todos os dias saio da cama. Sou, portanto, corajosa, tendo em conta que ela me pede encarecidamente para ficar no choco, quentinha, tão mimadinha! Eu resisto porque o dever é maior e a culpa, trabalhadora, não me deixa preguiçar. Às vezes penso no livro do António Alçada Baptista-O Riso de Deus- naquela personagem (sou péssima para guardar nomes!) maravilhosa que deixou de trabalhar para viver dos rendimentos, dos bens que lhe deixaram. Pessoa de coragem. É preciso ter arcaboiço para assumir um privilégio, ninguém perdoa o desplante, a ignomínia. Diriam -viver sem trabalhar é tempo perdido- como se fosse possível prender o tempo ou pará-lo. As pessoas de bem, "as que trabalham", estão tão fechadas na máquina do tempo, num medidor cronológico, que acabam por esquecer a primitivez , a espontaneidade de todas as promessas.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Não somos só irmãos aos olhos de Deus, pertencemos todos à mesma grande e perfeita família real...



POEMA EM LINHA RECTA

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cómico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado,
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um acto ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe — todos eles príncipes — na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e erróneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos — mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que tenho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

Fernando Pessoa(Álvaro de Campos)

A culpa morre sempre solteira...


    Em Portugal, talvez noutros países, não sei, não há culpados, somos todos inocentes, vítimas. Se não conseguirmos culpar mais ninguém, encontramos um bode expiatório, culpamos o sistema cruel que nos desprotege. Mas a verdade é que ele, o dito, é mesmo cruel e desprotege-nos de facto. Uma amiga minha diz que no nosso país só os professores são culpados, os que são e os que não são. Pois é, os professores, queiram ou não, acabam sempre casados com a safada. Se não são os alunos, são os pais; se não são os pais, são os colegas; se não são os colegas, é a direcção; se não é a direcção, é o próprio ministério que enfatiza os seus deveres e esquece que, numa sociedade democrática, quem tem deveres, também tem direitos...    
    Nos dias de maior cansaço, apetece ficar solteira, matar a culpa que nos impingem só porque não têm a coragem, nem a hombridade, de assumir o casamento com ela...

Um sol mais perfeito...

terça-feira, 12 de outubro de 2010

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Sempre a aprender...

    Hoje aprendi a colocar fotos no blog. Ensinou-me o João Teixeira. Aqui fica o meu agradecimento, João. Na verdade, acho que vou ter de recorrer a ti outra vez, e outra vez, e outra vez, ... Espero que não desesperes. Já agora, vou colocar outra foto. Perto de casa...

O sol é uma flor...

Nova postagem


Pois é, cá estou eu de novo. Tenho umas saudades malucas dos dias de sol, da claridade, dos dias inteiros e não daqueles que são metade noite. Estou a exagerar, ou a antecipar, a verdade é que nestes últimos dias o sol até sorriu satisfeito. Lá que dá outro alento, ...

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

No interior

Gosto mesmo de casas, de interiores, sobretudo. Não sei por que motivo nem de onde vem esta minha tara, mas sigo atentamente alguns blogs relacionados com decoração e design, perco-me nas imagens. Talvez seja o sonho, o grande sonho, outra casa para além desta, sempre melhor. Uma vez nossa, queremos outra...

Aprendendo...


    Isto de fazer um blog é mesmo mais fácil do que eu pensava. O que eu tenho para aprender é tanto que não posso desperdiçar o tempo que tenho.

Ramos-uma tentativa


    É mesmo uma tentativa. Uma tentativa de avaliar a minha paciência para estas coisas da net, da comunicação online. Quem sabe? Como dizia a minha mãe (e ainda diz) - Estou p´ra ver!
    Hoje não me apetece falar de nada em particular, talvez referir apenas, desabafar (que termo horrível!) sobre frustração, o vazio do discurso sem efeito, sem retorno, apenas a impotência, a pequenez das palavras, sei lá, o cansaço, o esgotamento, a sensação de afogamento dentro do meu próprio discurso- Ninguém me ouve, filhos da p... ! Seja, amanhã será um dia como outro qualquer, não fosse a esperança, ...