domingo, 15 de dezembro de 2013




As pessoas boas...

Mona Lisa ou Gioconda?
As pessoas boas fazem-nos bem, ainda que muitas vezes o não façam a elas. São altruístas, abdicam de tanta coisa só porque os outros existem, silenciam as palavras menos polidas à porta da voz, são pacientes, tolerantes, meigas,  e têm um sorriso... maravilhoso e meio sorriso, cheio de curvas no rosto inteiro, até nos olhos, a meio caminho entre a água e as nuvens. Lembram-me as mulheres de Camões, de rosto cândido e manso; lembram-me também as vacas, com o seu semblante imperturbável e lento. Às vezes incomodam-me, como as mulheres de Camões, na sua expressão nebulosa e parada. Talvez seja ciúme dessa perfeição, talvez seja descrença, talvez, mas eu acho tanta piada ao erro, ao berro, ao rosto crispado, à convulsão das palavras, ao estrebuchamento ... é mais forte, atuante, como um touro na arena que só ganha vida quando esquece o público e enfrenta o adversário. Perdoem-me, mas não acredito em semideuses. 

sábado, 13 de abril de 2013

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Chegou a PRIMAVERA! VIVA, VIVA! Por cada semana de Inverno, deviam vir logo a seguir três semanas de sol. Pelo menos! Que bem que ele faz! Abrem-se as janelas, sacodem-se os tapetes, estende-se roupa, vira-se a casa do avesso, colocam-se flores frescas nos vasos, tudo com uma energia a dobrar. A minha mãe diz que o sol lhe faz bem aos ossos (isso e jogar as cartas!). Fico feliz por ela e por mim que já andava a perceber as suas queixas "nas cruzes" e "nas artroses". Só percebemos os mais velhos quando ficamos mais velhos. Estamos sempre a tempo! 

sábado, 9 de março de 2013

Há quanto tempo que não encontro palavras p´ra me dizer, um vazio de vontade foi-se instalando, alguma coisa passou por aqui que me retirou a energia ... quase toda. Chama-se rotina, a besta, passou por aqui e quis, quer, ficar. E eu deixo, porque não tenho remédio, às vezes o dever é maior do que o desejo... Ai se eu pudesse... O euromilhões, exatamente, seria a solução. E se ele não vier... pode sempre pensar-se que há outros milhões, outras sortes, o pior é a malvada que se "alapou", espaçosa...  Neste momento resta-me estar atenta à meteorologia, esperar que as previsões apontem tempo de verão, há sempre o verão, é preciso é saber esperar!
Um poema para a Margarida... mais um... este é do José Luís Peixoto
 
na hora de pôr a mesa, éramos cinco:
o meu pai, a minha mãe, as minhas irmãs
e eu. depois, a minha irmã mais velha
casou-se. depois, a minha irmã mais nova
casou-se. depois, o meu pai morreu. hoje,
na hora de pôr a mesa, somos cinco,
menos a minha irmã mais velha que está
na casa dela, menos a minha irmã mais
nova que está na casa dela, menos o meu
pai, menos a minha mãe viúva. cada um
deles é um lugar vazio nesta mesa onde
como sozinho. mas irão estar sempre aqui.
na hora de pôr a mesa, seremos sempre cinco.
enquanto um de nós estiver vivo, seremos
sempre cinco.