Chegam e enchem a terra de sol e sorrisos. Abraços, beijos gordos, fartos, a matar as saudades. Do lado de cá as casas ficam maiores, mesmo as mais pequeninas, enchem-se as camas, a mesa, as conversas acontecem em catadupa, mais soltas, com vozes altas e alegres. Contam-se as novidades guardadas, pergunta-se muito, responde-se, e as palavras surgem urgentes e mais vivas do que o habitual. E a terra, sempre tão silenciosa, de um silêncio sem voz, começa a despertar desse entorpecimento. E as palavras surgem num português engasgado e frágil, de mistura com línguas estranhas que teimam em sobrepor-se ... (continua)
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